O perdão real aqui tem um significado inteiramente diferente do
entendimento convencional que temos, e que o mundo tem, da palavra perdão. A interpretação usual é vista
pela perspectiva do ego: vemos primeiro que uma pessoa pecou, e é merecedora de
punição. Entretanto, decidimos perdoá-la e livrá-la de condenação.
Secundariamente, por causa do pecado, vemo-nos mais superiores, ou especiais,
por perdoá-la.
Pela perspectiva do ego, o problema com a visão do perdão é
que ele, inevitavelmente, primeiro acusa o perpetrador do pecado com o que torna
o ato pecaminoso real; daí, ao perdoá-lo, nos coloca no foco de uma luz
superior por sermos percebidos como a vítima,
desamparada e inocente, de seu ato. Assim, mais uma vez o ego acusa, julga e separa.
Esse é o perdão do ego.
Quando praticamos o perdão
quântico nos lembramos de que há apenas duas interpretações possíveis a
qualquer ato ocorrido em nossa realidade; ou o ato corresponde a uma expressão de amor ou, não sendo amoroso,
traz um pedido de amor. O último
usualmente se apresentará externamente com alguém – atuando sem amor – julga ou
ataca, de alguma forma. O perdão quântico vê além das ilusões
do ego e reconhece uma única realidade, de que o assim chamado pecado é um pedido de amor e, como tal, requer uma interpretação amorosa. Isso é feito
pela percepção de aí não haver pecado
cometido, em primeiro lugar. Não há tal coisa chamada pecado, só erro causado
por ignorância egóica. A solução não está em reforçar o erro, tornando-o real;
está em descartar o erro e pedir à Inspiração Universal que se
ponha entre nós e quaisquer fantasias de recriminação ou julgamento que nosso
ego venha a ter.
Na eventualidade de que seu
parceiro, ou alguém mais, lance julgamento sobre você, lembre-se desta
importante Verdade:
qualquer julgamento ao qual você reaja é sempre seu próprio auto julgamento que está sendo espelhado
de volta a você, através da sua própria acusação antagônica de outro. E se,
verdadeiramente, conseguimos pôr nosso ego de lado por um momento, seremos capazes
de, num lampejo, visualizar que, realmente, ali, diante de mim, não há nenhum outro, ou seja, nada aconteceu; nós somos
só Um.
Se você consegue ver o conteúdo de irrealidade desse erro
egóico na outra pessoa, você está, em
Verdade, perdoando e curando sua própria culpa inconsciente. Quando você
acertadamente vê o julgamento, ou ataque de outra pessoa como apenas um pedido de Amor, então você está
curando sua própria culpa subconsciente, bem como a deles..
É aqui que o poder do precioso momento do agora é convocado. Isso
requer de nós profundamente querer
paz e clareza, mesmo no meio de zanga ou desapontamento. Nesse momento
precioso, peça à Inspiração Universal para você dar um passo atrás de todos os sentimentos, pensamentos e crenças do
passado, e queira ver essa pessoa inteiramente livre do passado, e –
importante – você também. Veja essa pessoa como nova, inocente, sem erros. Daí
focalize Paz, Amor, e conexão total. Nesse instante, vendo essa pessoa sem
julgamento, então você também será libertado de camadas e mais camadas de
julgamento. Sua dádiva a ela, neste momento, libertará a ambas, para sempre. A
libertação dela é a sua, também.
Esse
relacionamento, no sentido mais elevado, nos é dado para o propósito implícito
do perdão. É uma lição pessoal na
qual encontraremos oportunidades diárias de cumprir nossas quotas de
aprendizado de perdão e, como meta final, a graduação. Isso exige nossa adesão
indivisa, particularmente focalizando a meta, que é sempre Paz,
em tempos de tentação de dar ou levar ofensa.
Quando entendemos isso, conseguiremos ver que toda interação frustrante que
experimentamos jamais é o que aparenta ser, aos olhos do corpo. Em vez disso,
ela nos dá a oportunidade de reinterpretar
a falta, e escolher, em vez disso, felicidade e paz, porque, na Verdade, nossa
felicidade depende de ver qualquer
ataque percebido como mais uma oportunidade
de perdão.
Engajar-se no
perdão
quântico significa descartar as reações do ego de outro, e cultivar a capacidade de olhar direto
através da transparência do ser ilusório. Isso é o mesmo que aprender a não tomar as coisas pessoalmente, porque fazer isso
implica em manter o nosso próprio ego, e não o Ser Unificado, como a identidade
responsável por interpretar a situação. Lembre-se, não há ordem em ilusões e,
portanto, é apenas um grande erro tomar a ofensa como vem, para
devolvê-la.
Se estamos
engajados em desfazer o ego, então o perdão quântico nos oferece o
caminho mais rápido de liberação. Tendo alguém significativo[1] com
quem podemos interagir, isso nos dá a perfeita oportunidade de praticar o perdão completo. Ao mesmo tempo em que podemos ter muitas chances
para perdoar, podemos também ser desafiados por uma frustração comum. Ao
desconsiderar o erro do ego da outra pessoa, podemos oferecer perdão e, mesmo
assim, podemos sentir não tê-lo ainda perdoado. No princípio,
isso nos faz sentir atuando num processo mecânico, todo feito na mente, por
intermédio de nossa intenção de
perdoar. Mesmo assim, é uma decisão
tomada com a Inspiração Universal, que pode, ou não,
envolver a sensação emocional imediata
de perdão. Algumas vezes poderemos oferecer perdão
quântico para outro ataque aparente, em conseqüência, liberando-nos dele,
só para descobrir que, mais adiante, na continuidade, nossa raiva, ou mágoa,
reaparece. Podemos bem pensar que nossa oferta anterior não teve resultado.
Mesmo assim, resultou; sempre resulta. Quando camadas de
raiva ou mágoa aparecem, tudo que precisamos fazer é entregá-las à Inspiração
Universal.
"LEVA-ME À VERDADE"
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