sábado, 2 de novembro de 2013

O Perdão Quantico

O perdão real aqui tem um significado inteiramente diferente do entendimento convencional que temos, e que o mundo tem, da palavra perdão. A interpretação usual é vista pela perspectiva do ego: vemos primeiro que uma pessoa pecou, e é merecedora de punição. Entretanto, decidimos perdoá-la e livrá-la de condenação. Secundariamente, por causa do pecado, vemo-nos mais superiores, ou especiais, por perdoá-la.

Pela perspectiva do ego, o problema com a visão do perdão é que ele, inevitavelmente, primeiro acusa o perpetrador do pecado com o que torna o ato pecaminoso real; daí, ao perdoá-lo, nos coloca no foco de uma luz superior por sermos percebidos como a vítima, desamparada e inocente, de seu ato. Assim, mais uma vez o ego acusa, julga e separa. Esse é o perdão do ego.

Quando praticamos o perdão quântico nos lembramos de que há apenas duas interpretações possíveis a qualquer ato ocorrido em nossa realidade; ou o ato corresponde a uma expressão de amor ou, não sendo amoroso, traz um pedido de amor. O último usualmente se apresentará externamente com alguém – atuando sem amor – julga ou ataca, de alguma forma. O perdão quântico vê além das ilusões do ego e reconhece uma única realidade, de que o assim chamado pecado é um pedido de amor e, como tal, requer uma interpretação amorosa. Isso é feito pela percepção de aí não haver pecado cometido, em primeiro lugar. Não há tal coisa chamada pecado, só erro causado por ignorância egóica. A solução não está em reforçar o erro, tornando-o real; está em descartar o erro e pedir à Inspiração Universal que se ponha entre nós e quaisquer fantasias de recriminação ou julgamento que nosso ego venha a ter.
Na eventualidade de que seu parceiro, ou alguém mais, lance julgamento sobre você, lembre-se desta importante Verdade:
qualquer julgamento ao qual você reaja é sempre seu próprio auto julgamento que está sendo espelhado de volta a você, através da sua própria acusação antagônica de outro. E se, verdadeiramente, conseguimos pôr nosso ego de lado por um momento, seremos capazes de, num lampejo, visualizar que, realmente, ali, diante de mim, não há nenhum outro, ou seja, nada aconteceu; nós somos só Um.
Se você consegue ver o conteúdo de irrealidade desse erro egóico na outra pessoa, você está, em Verdade, perdoando e curando sua própria culpa inconsciente. Quando você acertadamente vê o julgamento, ou ataque de outra pessoa como apenas um pedido de Amor, então você está curando sua própria culpa subconsciente, bem como a deles..
É aqui que o poder do precioso momento do agora é convocado. Isso requer de nós profundamente querer paz e clareza, mesmo no meio de zanga ou desapontamento. Nesse momento precioso, peça à Inspiração Universal para você dar um passo atrás de todos os sentimentos, pensamentos e crenças do passado, e queira ver essa pessoa inteiramente livre do passado, e – importante – você também. Veja essa pessoa como nova, inocente, sem erros. Daí focalize Paz, Amor, e conexão total. Nesse instante, vendo essa pessoa sem julgamento, então você também será libertado de camadas e mais camadas de julgamento. Sua dádiva a ela, neste momento, libertará a ambas, para sempre. A libertação dela é a sua, também.
Esse relacionamento, no sentido mais elevado, nos é dado para o propósito implícito do perdão. É uma lição pessoal na qual encontraremos oportunidades diárias de cumprir nossas quotas de aprendizado de perdão e, como meta final, a graduação. Isso exige nossa adesão indivisa, particularmente focalizando a meta, que é sempre Paz,
 em tempos de tentação de dar ou levar ofensa. Quando entendemos isso, conseguiremos ver que toda interação frustrante que experimentamos jamais é o que aparenta ser, aos olhos do corpo. Em vez disso, ela nos dá a oportunidade de reinterpretar a falta, e escolher, em vez disso, felicidade e paz, porque, na Verdade, nossa felicidade depende de ver qualquer ataque percebido como mais uma oportunidade de perdão.
Engajar-se no perdão quântico significa descartar as reações do ego de outro, e cultivar a capacidade de olhar direto através da transparência do ser ilusório. Isso é o mesmo que aprender a não tomar as coisas          pessoalmente, porque fazer isso implica em manter o nosso próprio ego, e não o Ser Unificado, como a identidade responsável por interpretar a situação. Lembre-se, não há ordem em ilusões e, portanto, é apenas um grande erro tomar a ofensa como vem, para devolvê-la.  
Se estamos engajados em desfazer o ego, então o perdão quântico nos oferece o caminho mais rápido de liberação. Tendo alguém significativo[1] com quem podemos interagir, isso nos dá a perfeita oportunidade  de praticar o perdão completo. Ao mesmo tempo em que podemos ter muitas chances para perdoar, podemos também ser desafiados por uma frustração comum. Ao desconsiderar o erro do ego da outra pessoa, podemos oferecer perdão e, mesmo assim, podemos sentir não tê-lo ainda perdoado. No princípio, isso nos faz sentir atuando num processo mecânico, todo feito na mente, por intermédio de nossa intenção de perdoar. Mesmo assim, é uma decisão
tomada com a Inspiração Universal, que pode, ou não, envolver a sensação emocional imediata de perdão. Algumas vezes poderemos oferecer perdão quântico para outro ataque aparente, em conseqüência, liberando-nos dele, só para descobrir que, mais adiante, na continuidade, nossa raiva, ou mágoa, reaparece. Podemos bem pensar que nossa oferta anterior não teve resultado. Mesmo assim, resultou; sempre resulta. Quando camadas de raiva ou mágoa aparecem, tudo que precisamos fazer é entregá-las à Inspiração Universal.
 
"LEVA-ME À VERDADE"








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